Dermatologista em Osasco | Dra. Erminia Aparecida Domingos

O MEU FILHO TEM DERMATITE ATÓPICA!

E agora?!
By Equipe Medicina Direta 6 anos ago

A dermatite atópica (DA) é um eczema, ou seja, um processo inflamatório que acomete a pele e cursa com uma coceira muito intensa. Muitas vezes essa coceira, que nós chamamos de prurido, é o principal sintoma dessa doença. Ele frequentemente é intenso, pode preceder as lesões cutâneas, pode carrear bactérias para o local das lesões se as mãos não estiverem limpas e piora a noite porque os estímulos diminuem. Então, a criança tende a se coçar mais e ter seu sono interrompido.

A incidência desse eczema aumentou muito nos últimos anos, principalmente nos países industrializados e parece que a causa disso é o contato com os muitos produtos de limpeza utilizados hoje nos nossos lares. Esses produtos formam substâncias que ficam suspensas no ar por muitas horas, são depositadas na pele do atópico e inaladas por eles. A higiene pessoal excessiva também pode funcionar como um fator desencadeador da DA: muitos banhos, água quente, sabonetes alcalinos e com alta detergência.

A palavra atopia vem do grego, significa coisa estranha/fora do lugar, talvez porque o atópico tenha dificuldade para se adaptar ao ambiente que vive. A atopia envolve 3 doenças distintas: a dermatite atópica, a rinite e a asma. Em geral, é a DA que abre caminho para as outras duas. Daí a importância do seu controle, para que não se desenvolva a marcha atópica.

A doença tem 3 fases de acordo com a idade do paciente: a fase infantil que vai do zero aos 2 anos de idade, depois a fase-pré-puberal dos 2 aos 12 anos e a fase adulta a partir dos 12 anos. Na fase infantil as lesões são mais exuberantes, a pele fica mais vermelha e descamativa. Na medida em que o eczema persiste, as lesões vão ficando mais secas e aparecem na pele os sinais da coçadura (escoriações). O adulto com DA apresenta a pele difusamente seca com áreas bem marcadas pelo eczema. As regiões mais afetadas pela DA são as grandes dobras e superfícies de extensão dos membros. Em casos mais severos, toda a pele pode ser afetada.

Felizmente, no nosso meio, a maior parte dos casos é leve e pode ser controlada com medidas relativamente simples como hidratantes, um sabonete adequado e medicamentos antialérgicos.  Em casos mais extensos e persistentes, podemos lançar mão da fototerapia (UVB-NB) e até de imunossupressores. Mais recentemente, novos medicamentos, como o dupilumabe, começou a fazer parte do tratamento da DA grave.

O importante é que o atópico seja visto como um todo: a sua genética, a sua personalidade e o seu ambiente.

Category:
  Dermatologia Clínica